top of page

Cuidadores impulsionam a inclusão de alunos com deficiência em SP

No mês de aniversário do ECA e da Lei da Inclusão, profissionais falam dos desafios para transpor abismo até a educação inclusiva

Autista nível 2 de suporte e considerado não verbal, Lucas Gabriel parou de faltar às aulas após o apoio de Cláudia e até já arrisca frases com a equipe escolar
Autista nível 2 de suporte e considerado não verbal, Lucas Gabriel parou de faltar às aulas após o apoio de Cláudia e até já arrisca frases com a equipe escolar

Quando Cláudia de Araújo dos Santos, 60 anos, decidiu trocar a rotina de faxinas pela missão de cuidar, não imaginava que, ao estender as mãos para alunos autistas, também descobriria uma nova versão de si mesma. Hoje, ela é mais do que uma cuidadora escolar: é a ponte entre Lucas Gabriel, de 13 anos, e o mundo.

No 8º ano de uma escola estadual em Mogi das Cruzes, Lucas, que é identificado como autista nível 2 de suporte, era presença instável na escola e mantinha distância de quase tudo; colegas, professores e também das palavras, sendo até considerado autista não verbal.


“Ele me estranhou muito no início, era desconfiado e ignorava, mas eu insisti. Eu dizia insistentemente que era amiga dele, mesmo sem respostas”, lembra Cláudia, cuidadora na Conviva Serviços, instituição privada especializada em apoio escolar aos alunos com deficiência e presente com prevalência nas escolas da rede estadual de São Paulo.


Do método ao discurso

Ela percebeu que o celular era uma brecha no silêncio e criou um método próprio: entregava seu celular ao garoto e pedia para que ele escrevesse mensagens dizendo como estava, o que queria ou como tinha sido seu dia. E para a surpresa da cuidadora, funcionou. O menino, antes ausente, passou a responder, primeiro por mensagens, depois evoluiu para balbucios e, agora, com palavras ditas com esforço, mas com muita vontade. E não só mais para Claudia, mas para professores entre outros da equipe escolar com quem passou a interagir.


E a mudança não parou por aí. A mãe de Lucas Gabriel, Silvana de Morais, 42, não esconde a emoção de ver a evolução do filho: “Agora eu consigo deixá-lo na escola e trabalhar em paz. Antes eu chorava e sofria muito com medo do que ele poderia sofrer. Ele mudou demais depois do atendimento da Claudia! Tá mais calmo, fala mais e até ganhou mais autonomia. Antes, pedia tudo na mão. Agora, toma banho e até come sozinho. Esse serviço é importante e, infelizmente, muitas mães nem sabem que o filho pode ter direito a um cuidador na escola, mesmo depois de tanto tempo que a lei existe”, completa Silvana.


Cuidadores e direito

A história de Lucas chama a atenção para a importância do cuidador escolar, também chamado de Profissional de Apoio Escolar (PAE), ocupação exercida por Claudia há três anos e ainda pouco difundida no Brasil.


Trata-se do profissional que auxilia os estudantes com deficiência na rotina diária, como na alimentação, locomoção e higiene, com objetivo tornar o ambiente escolar mais digno, seguro e confortável. A presença desses profissionais nas escolas é prevista pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva, vigente desde 2008, e reforçada na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI) e na Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Para acessar o atendimento, o aluno precisa ter laudo médico e estar matriculado em uma unidade que ofereça o serviço.


Em São Paulo, o governo estadual e alguns municípios têm investido nesse apoio. E a escola estadual na qual Lucas estuda, em Mogi das Cruzes, é uma das contempladas pelo atendimento, que dada sua importância merece destaque, especialmente neste julho simbólico, mês em que a Lei Brasileira de Inclusão completa uma década, em 6 de julho, e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) faz 35 anos, em 13 de julho.


“Me tornar cuidadora foi a melhor coisa que fiz na vida, me descobri. Fazer bem para a vida de uma criança e vê-la evoluindo dia após dia é gratificante demais, isso não tem preço”, reforça Cláudia.


Inclusão em números

Lucas representa um dos 636 mil alunos com TEA no Brasil, segundo o Censo Escolar 2023, divulgado em 2024. Para fins comparativos, em 2022, havia 429 mil estudantes com a condição, o que evidencia um aumento de 48% de matrículas do tipo em apenas um ano no País.


E a projeção é de que os números relacionados ao TEA continuem crescendo. Isso porque acredita-se que uma a cada 36 crianças tenham algum grau de autismo, conforme aponta estudo realizado, também em 2023, pelas startups Genial Care e TismooMe.


“A inclusão vai muito além de abrir as portas da escola. É preciso garantir que os alunos tenham o suporte adequado para se desenvolverem plenamente. Quando um estudante com autismo conta com esse apoio de qualidade, ele se sente mais acolhido e tem mais oportunidades de interagir e aprender. A prova disso está nos inúmeros relatos recebidos pela Conviva não só de Silvana, mas de mães e também educadores das centenas de escolas em que atuamos, especialmente nos estados de São Paulo e Mato Grosso. Vimos vários casos de estudantes com autismo, dependentes de suporte e não verbais, evoluindo e ganhando autonomia a partir dos cuidados das PAEs", aponta Maíra Pizzo, diretora da Conviva Serviços.


"São crianças que deixam de ter crises ao frequentar escola, alunos que não demonstravam afeto e passaram a externar carinho não só com cuidadores, mas também com os colegas. Crianças que não se comunicavam de forma verbal, como o Lucas, e que passaram a falar. Tivemos até um aluno autista que passou a deixar a cadeira de rodas para se locomover após incentivo da cuidadora", complementa Maíra.


Além de Mogi das Cruzes, a Conviva Serviços está presente em escolas públicas da Capital nas regiões Centro, Centro-Oeste, Leste e Norte. E nas cidades de Osasco, Cabreúva, Carapicuíba, Taboão da Serra, Itapecerica da Serra, Suzano, Itapevi, Caieiras, Itaquaquecetuba, Guarulhos e Igaraçu do Tietê. Atualmente, são mais de 5 mil alunos atendidos em um total de 1 mil escolas.


Sobre a Conviva

Com três décadas de atuação, a Conviva Serviços exerce importante papel para a educação inclusiva no Brasil. É considerada uma das principais entidades privadas a se especializar para atender aos alunos com deficiência na escola regular, através do cuidador, também chamado de Profissional de Apoio Escolar. A Conviva Serviços está presente em todo território nacional com importantes atuações em São Paulo, Mato Grosso, Espírito Santo e outros diversos estados. E, além do apoio escolar, oferece em seu quadro funcional equipes multidisciplinares.


Siga a Conviva nas redes:

 
 
 

Posts recentes

Ver tudo

5 comentários


Convidado:
21 de set.

Eu gostei muito da empresa me deu oportunidade estou fazendo faculdade de educação especial eu amo ser cuidadora Elaine Costa Santos de castro

Curtir

Edina Rosa de Santana
17 de ago.

Eu gostei de conhecer mais sobre à empresa Conviva aprendi muito como cuidar do aluno com deficiência.

Curtir

Edina Rosa de Santana
17 de ago.

Os treinamentos da Conviva , são ótimos eles nos ajudam há desenvolver nossas habilidades profissionais com amor , respeito e paciência .

Curtir

Dalila Barbara da Rocha
16 de ago.

Muito bom esse tipo de trabalho que a empresa oferece e nos ensina cada dia !!

Curtir

Convidado:
15 de ago.

Nossa como é bom aprender sobre a empresa

Curtir
bottom of page